sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Quem são eles?





Mulher, 32 anos, candomblecista, administradora.





-Quero ver minha vida espiritual

-Como é isso para você?

-Não entendi?

-Como isso se manifesta em sua vida real? Está em conflito?

-Nossa! Sempre esteve desde que me entendo por gente, Bem vou te contar uma parte. Sou de Candomblé e estou com nove anos de iniciada, já tive três casas, mas nunca dá certo, sempre acontecem coisas que me afasta de onde estou, por mais que eu goste ou que as coisas estejam dando certo.

-Ok, tire as cartas, escolha cinco cartas dos Arcanos maiores e cinco dos Arcanos maiores.





As imagens para o Peladam





Casa um: O Imperador/ Rainha de Espadas

Casa dois: O sacerdote/ O Cavaleiro de Espadas

Casa três: A Estrela / O Cinco de Espadas

Casa quatro: A Roda da Fortuna/ O Sete de Ouros

Casa Cinco: O Julgamento/ O Dez de Espadas





-Qual é sua religião de origem?

-Minha mãe é católica, não praticante.

-Qual é a religião de seu pai?

-Meu pai é de família judia, mas ele não é praticante, apesar de ser muito radical com isso. Ele nem toca no assunto.

-E seus avós? Católicos e judeus?

-Sim, meus avós por parte de pai são judeus e por parte de mãe católica.

- E qual é sua religião?

- O Candomblé.

-Ok, Qual é a origem de seus avós? De onde vieram?

-Minha mãe conta que minha avó era italiana e meu avô espanhol, se conhecerem no Brasil e se casou. Meus avós por parte de pai estão vivos e são todos de família italiana e meus bisavós eram da Áustria.

-E qual é sua religião? Ou melhor, qual é sua cultura?

-(...)

-Qual dos Guerreiros do candomblé você foi iniciada, qual santo você fez?

-Inhasã.

- A Deusa nômade, rebelde, senhora do afronto que luta por seus mortos. Quem são eles?

-Não entendi, quer dizer, faz sentido, mas não entendo.

-Sua pergunta inicial foi “quero ver minha espiritualidade” e isso é algo que recebemos de nossos antepassados e vem através de nossos pais. Deles nossos primeiros deuses e provedores também receberam nossa cultura e religiosidade, que nos mantém ligados a uma fé maior. Para que você possa ter uma segunda cultura é necessário que você também esteja vinculada e saciada de sua religião, que para mim, é  judaico-cristã, o Candomblé apenas foi uma saía, que teria sido eficaz, caso você entendesse o que fazer Inhasã está representando em sua vida. Como disse: A Deusa nômade, rebelde, senhora do afronto que luta por seus mortos. E novamente  te pergunto, Quem são eles? Esses mortos que ficam no passado, que sempre volta para exigir o que são deles por direito. Olhando os Arcanos que tenho para trabalhar, fica muito claro, para eu ver esse confronto, que certamente está conectado com a guerra em sua família. Vou falar também o que faz um ser humano ser vinculado a uma família. Pertencer a uma família está ligado a passar a vida, quem nasce dentro desse clã, mas também, o risco da vida, com isso quero dizer que as vitimas fatais de nossas família também são nossos patentes. Se um de meus antepassados matou, os o mortos são meus patentes, ou seja, todas as vítimas são vinculadas aos meus antepassados...

-Eu fiz tudo errado?

-Não, você somente tem que reconhecer o que Inhasã representa em sua vida e se religar com sua origem. Essa é a função primordial do Candomblé. Se você observar o que é ensinado por prática dentro dessa cultura, verá que tudo que estou falando tem fundamento tanto para o Asé, quanto para sua vida. Porque giramos anti-horário? Porque batemos cabeça? Porque a hierarquia? Porque a reverencia ao Babalorisá? Porque nosso avô de Santo é maior que nosso pai de santo? Enfim, está aí muito claro é só aplicar em nossa vida.

- Você é de Candomblé?

-Sim, iniciado para Osoguiã...

-Meu Deus!  Coincidência!

-Para mim isso quer dizer assim “com incidência!

-Verdade ( risos) Daqui para frente nada será como antes...

-Que bom!

-Inhasã minha Deusa jamais será a mesma.

-Você jamais será a mesma, ela é imune, é Deusa!

-(Risos)

-Estou impressionada com o tarô!

-Quando o aluno está pronto, o mestre aparce!


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